O MAR NA CANÇÃO GREGA

A canção não se escreve dentro de um tubo de ensaio. Escreve-se na vida. E a nossa vida, a vida dos gregos, respira o mar, viaja no mar, apaixona-se pelo mar. As canções insulares, principalmente, cheiram a sal, a sol, a ondas, a barcos de pesca. E ao escrever "cheiram", é mesmo isso que quero dizer: o mar grego é aromático, cheira bem. Principalmente no Verão, vestido de verde e de azul, e sonhas, então, com áureas raparigas e rapazes morenos.

Também eu tenho escrito muitas canções sobre o mar. A um dos meus discos, com o Manos Loízos, dei-lhe o título de "Talassografia". Nesse disco, falamos de golfinhos e de sereias, de amores e de romarias e tivemos muito êxito. Num outro disco - <<Νάχαμε τι νάχαμε>> - com as tascas dos portos, com antigos marinheiros que narram lendas, proezas e façanhas - falamos de algas, de antigos naufrágios e de bravos jovens desaparecidos.

O mar é o "espaço vital" de todos nós. Já o cantamos há séculos. Desde os tempos de Homero. Os seus caprichos e a sua fúria. E mais ainda a sua beleza. Que é única. E não tem fim. Beleza sem limites, para além das palavras.